"EU SOU A LESMA" (Não, não falo do Bacon)

Como eu disse, eu trato aqui da 7ª arte - embora também enverede pelos campos da 8ª, 9ª e 2° grau. E, para começar, falarei do filme recente do "Vai, Will" Smith: "Eu Sou A Lenda".

Não vi nenhuma das outras duas adaptações aos cinemas dessa novela de 1954 (que também não li). Encarei "Eu Sou a Lenda" como um filme novo, apenas isso, nada de adaptação. Não suporto aquele pessoal que fica "Ai, isso ficou faltando do livro" ou "Que sacanagem! Adaptaram aquela parte muito mal!". Quem vai ao cinema ver um filme inspirado numa obra - seja literária, televisiva, em quadrinhos,... - deve saber que adaptações não são a cópia fiel da obra original. Deve manter o espírito daquilo, isso sim. Ainda bem que não fui ao cinema ver esse filme. Logicamente vi a versão em altíssima qualidade que vazou na internet antes do filme ser lançado. Até suportei os erros de legenda (tanto de cronometria quanto de português).

Vamos às categorias de pontuação?

1) Marketing: a propaganda desse filme foi muito boa. Ele manteve o clima de suspense tanto nos pôsteres quanto nos teaser trailers e trailers oficiais. Só seria melhor se a repercussão lá fora tivesse sido absurda, como "Piratas do Caribe" e "Senhor dos Anéis" que gera a propaganda boca-a-boca ainda mais efetiva aos outros marketings relacionados. Ganha UM ponto;

2)Enredo: pelo que fiquei sabendo, no conto original, Robert Neville (personagem de Will Smith) lidava com Vampiros que atacavam tudo que fosse vivo na noite. Nessa nova versão, é puxado algo mais para zumbis. Até gostei. Zumbis são legais. Mas não os zumbis desse filme que, além de feitos em sua grande maioria por computação gráfica (por favor, não acabem com o ganha pão de milhares de figurantes em Hollywood), eram rápidos. Odeio zumbis velozes. A cura do câncer é uma boa pra iniciar a infestação, já que é a doença com maiores variações e portadores do mundo. Mas pelo que elas geram nas pessoas testadas - os zumbis de pixels e velozes como se fizessem Le Parkour - não ganha NENHUM ponto;

3)Desenvolvimento: Aí é que rola a justificativa do "Eu Sou A Lesma" (Não, não é o Bacon - que é o maior imitador de Lesmas do Brasil... tá, tá... sil, sil, sil, sil,...) - um filme com poucas cenas que puxam a atenção pra fora do monólogo de Robert Neville (salvo cenas de flashbacks e quando a personagem de Alice Braga - sim, uma brasileira no elenco - surge na película). Apesar de ser um filme bom, é um filme arrastado. Sem contar que surpresas não temos quase nenhuma, apenas os sustos esporádicos. E o final me decepcionou demais (embora ele fazer jus ao nome do filme - Eu Sou a Lenda. Quem vir o filme vai ter a mesma impressão que eu - SPOILER a seguir (marque com mouse por própria conta e risco): ele fica testando antídotos pra reverter o quadro dos zumbis, mas só no final ele percebe que a cura está no sangue dele. Mas, desde o início do filme, eu achei que o cara sendo cientista pensaria em usar o próprio sangue, já que é, teoricamente, o único homem vivo não afetado pela moléstia, andando sobre a Terra. Ficou muito mal aproveitado). Fora a campanha Pró-Bob Marley do filme. ODEIO Reggae! Por todo o desenvolvimento, não ganha ponto NENHUM;

4)Elenco: Tá de sacanagem, né? O elenco é só o Will Smith, a Alice Braga, o filho da personagem (cujo nome do ator-mirim eu desconheço) e uma cadela (sim, cadela, au au...). O resto só em flashbacks (que não dá pra levar a interpretação em consideração). Mas Will Smith se mostra um ótimo ator a cada filme que passa. O filme só vinga por causa de seu talento. Então, ganha UM ponto;

5)Produção: Tirando que não gostei dos zumbis da computação gráfica, o filme está impecável em todos os quesitos (Cenário, Figurino, Fotografia, Efeitos Especiais, Efeitos Visuais, Trilha Sonora, Edição e Continuidade). Merece, com gosto, UM ponto desta categoria.

Esse foi "Eu Sou A Lesma", o filme de ação mais arrastado de 2007 (EUA). Vamos ver se em (2008) vem algo pior em termos de lesmice.

Eu Sou A Lenda - I'm The Legend (EUA, 2007) - 3 Dólares e 2 Saquinhos de Alfafa