quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A Vingança Nunca é Plena... Mata a Alma e Faz a Barba?!?

Atrasado, sim, mas nunca tarde demais! Cá estou eu para realizar a análise de um filme, desta vez indicado a uns prêmios do Oscar Schmidt. Hoje, falarei sobre “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” – de Tim Burton.

Vamos às categorias de pontuação?

1) Marketing: a propaganda desse filme foi muito boa lá fora, mas, aqui no Brasil, demorou um pouco. Se tivesse sido melhor trabalhada nas terras tupiniquim, o filme teria tudo para ser um fenômeno, ainda mais por se tratar de um gênero que o brasileiro normalmente não aprecia: um musical. Mas a propaganda boca-a-boca foi realmente efetivo, na medida do possível. Ganha UM ponto;

2)Enredo: uma história que parte de um tema batido, mas sempre – eu repito: SEMPRE –eficaz: a vingança! O homem preso injustamente por um homem mais poderoso que ambiciona algo que ele tem. Após quinze anos retorna para cumprir sua vingança contra os que o privaram da liberdade e de seu amor. Esse poderia muito bem ser o roteiro do também excelente “O Conde de Monte Cristo”, de Alexandre Dumas (o filho), se não fosse um porém: aqui a vingança realmente é levada a níveis irracionais, sabemos que uma pessoa nem sempre planeja uma vingança limpa ou até mesmo justa, digamos assim. Sweeney Todd é cruel, é afobado, é um barbeiro realmente demoníaco. E o cenário ao redor corrobora para que assim o seja. E sua aliança providencial com a também insana quituteira é genial. Usar carne de gente morta na cadeira do barbeiro para rechear as tortas de carne em tempos de vacas magras em Londres! E juntar tudo isto num musical de uma forma que não torne o estilo mais chato do que já é, é sensacional! Ganha UM ponto;

3)Desenvolvimento: sou avesso a musicais. Odeio o estilo, odeio imaginar que pessoas possam conversar cantando. Odeio gente que interpreta tristeza e felicidade dançando. Isso é absurdo, nada natural! Mas a forma como o filme é conduzido, como as músicas se encaixam perfeitamente com os momentos certos, com o tempo dos atores, é sensacional! Claro, salvo partes chatas, como o maldito garoto que fica cantando versões Proto-Emo da maldita “Não sei o que lá, Johanna”! Dor de corno é foda. Mas de resto, aplaudo de pé. Cada personagem foi perfeitamente explorado e o final surpreendente. Justamente o que toda história de vingança deveria mostrar ao fim. Tim Burton (apesar de eu achar um maníaco que é a cara do Robert Smith, do “The Cure”, e tão excêntrico quanto) está de parabéns. Ganha UM ponto;

4)Elenco: não há outra palavra pra este elenco sem ser ESPETACULAR! Johnny Depp é um dos atores mais versáteis que já vi, sou fã de carteirinha de seus papéis, mas as “Deppetes” que me perdoem, mas ele não fez valer a indicação ao Oscar de melhor ator: o personagem Sweeney Todd é uma mistura de Edward Mãos-de-Tesoura com Jack Sparrow e Sands (o psicopata que interpretou em “Era Uma Vez no México”). Consegui ver cada um e alguns outros que ele já fez ao longo de sua estrelada carreira. Mas todo o resto do elenco está sensacional. Destaque para o eterno Borat, Sacha Cohen Baron, como Adolfo Pirelli. A disputa com Sweeney Todd foi sensacional e mostra um potencial que nós não estamos acostumados a ver no seu fatídico “The Ali G Show”. Ganha UM ponto;

5)Produção: perfeita, impecável, cheia de estilo e marcas registradas das produções dirigidas por Burton. O esmero nas músicas, na ambientação e tudo que envolve quesitos técnicos (
Cenário, Figurino, Fotografia, Efeitos Especiais, Efeitos Visuais, Trilha Sonora, Edição e Continuidade) foi um show complementar. Sem titubear, UM ponto merecidíssimo.

Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” é um filme que recomendo, com louvor, a cada conhecido. E, se você pretende ver em casa quando sair em DVD, sugiro que faça uma “Sessão Vingança”, alugando e vendo três filmes na seguinte ordem: “O Conde de Monte Cristo”, “Sweeney Todd - ...” e “V de Vingança”. Vale muito a pena!


Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua FleetSweeney Todd – The Demon Barber of Fleet Street (EUA, 2007) - 5 Dólares e NENHUM Saquinho de Alfafa!



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